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Hiper-realismo, Ultra-especialismo e a Fenomenologia como Contra-corrente na Psicologia


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O texto a seguir é composto de duas partes, escritas por Yan Sousa de Almeida e Victor Portavales Silva. O trecho elaborado por cada autor está indicado ao início dos respectivos trechos.


Trecho escrito por Yan Sousa de Almeida:


Atualmente eu e o professor Guilherme Sant'Anna estamos coordenando um grupo de estudos a respeito da clínica fenomenológica e existencial aqui pelo Fronteiras da Fenomenologia. O presente material que estamos utilizando como base para as nossas conversas é o livro A escuta e fala em psicoterapia da professora, e minha orientadora, Ana Maria Lopez Calvo de Feijoo. Enquanto relia o livro, tropecei em uma parte onde a Ana comenta a respeito de fundamentos. Não só de fundamentos, mas da relação que uma psicologia pautada em um pensamento fenomenológico-existencial apresenta com essa tal noção de fundamentos. Ela diz o seguinte:

“Assim sendo, pode-se atuar de forma a não cair em uma perspectiva sem fundamentos, parecendo, muitas vezes, uma psicologia do senso comum. Mas, ao mesmo tempo, não se cair em um excesso de proteção da naturalidade das relações, refugiando-se em normas rígidas acerca de como se deve dar a relação psicoterapêutica, parecendo, muitas vezes, tratar-se mais de um jogo de forças do que de uma relação compreensiva. Trata-se, portanto, de fundamentar uma proposta psicoterapêutica flexível, com princípios filosóficos orientadores – e não limitadores de uma ação.” (p. 103).

Ao ler essa passagem eu me lembrei de três coisas, que, pelo menos a principio, são bem distantes, por isso a trama que tenho que fiar para conectá-las seja um pouco longa.

1. A primeira é a frase clássica, que pode ser dita de várias formas, mas tem como sentido principal a noção de que então “o psicólogo / psicologia clínica / é só uma conversa?”

Muitos clínicos / psicólogos não gostam dessa pergunta. Afinal, responde que sim parece diminuir uma prática profissional. Só que, ao responder não, parece que provas concretas evaporam no ar e qualquer explicação real some.

Da minha parte eu digo que sim. A psicoterapia é só uma conversa. E isso é simples. Muitas vezes quando definimos algo como simples, no fundo entendemos isso como algo pequeno, menor, tutaméia, pode-se dizer. Porém, só porque algo é simples, não quer dizer que seja fácil. Simplicidade finca seus sentidos em outros lugares. Simplicidade é fundamento.

2. Como disse, essa frase da Ana comenta a respeito da relação que um terapeuta pautado pelo pensamento fenomenológico-existencial se relaciona com os fundamentos de sua prática.

A segunda coisa que a escrita da Ana me lembrou foi a diferença entre desenhos hiper-realistas e desenhos artísticos / acadêmicos.

Quando eu olhava para esses dois tipos de desenhos, que no espectro da arte são bastante representacionais – quero dizer, representam em suas obras o mundo da forma que em geral nós o vemos, ou seja, são realistas – apesar disso, ao testemunhar essas obras, a minha percepção e relação para com cada uma delas se dava de maneira bem diferente.

Nunca entendi essa minha visão até que perguntei a um professor de desenho porque eu tinha essa sensação. E ele, como um bom professor, apontou o meu olhar numa direção que me fez entender os modos do meu ver.

Ele disse que, ambas as formas de se desenhar tem grande nível técnico, mas a diferença aparece em como cada uma aplica esses saberes.

No caso do desenho hiper-realista, há uma exacerbada valorização da técnica. Praticamente não há espaço para interpretação, tanto para o artista, quanto para quem vê a obra. Em um sentido geral, o artista tem pouco espaço para realizar escolhas. Ele reproduz o que vê, (ou o que se vê) nos mínimos detalhes. Quase ao modo de uma máquina. O louvável desse modo de se fazer arte é que ele demonstra o quão longe uma técnica por ir, muitos se admiram com isso.

No caso do desenho artístico ou acadêmico inegavelmente também há um grande nível técnico. Mas, diferente do desenho hiper-realista, o artista que desenha desse modo tem muito mais espaço para realizar escolhas e faz sua obra a partir delas. Nesse caso, a técnica é uma espécie de veículo que o ajuda a ver algumas possibilidades para / que / onde essas escolhas podem ocorrer. Nesse sentido o artista abstrai. E com / nessa abstração abre-se espaço para interpretação, tanto daquele que vê a obra, quanto daquele que faz a obra.

Quando vejo um desenho artístico ou acadêmico parece que vejo “mais”. Pelo menos é essa sensação que sinto. E, ironicamente, o que o artista desse estilo de desenho faz é, na verdade, me mostra menos. Ambiguidade essa digna de alguma descrição de relação de Kierkegaard, imagino.

Essas obras são tão grandes para mim que me parece quase impossível como se conceber algo do tipo. Como receptor delas, no meu ver o artista que as produziu é uma espécie de bruxo, já que o que faz é mágico. Mas não é bem assim. O que esse artista faz é se pautar em fundamentos. Mas afinal que fundamentos são esses? E como esse artista se pauta neles?

3. Essas perguntas me fazem chegar na terceira coisa que me lembrei enquanto lia essa passagem da Ana.

O professor de desenho e artista acadêmico Jeff Watts, em uma de suas aulas disse o seguinte a respeito de fundamentos:

“Nós podemos destilar isso em: duro, mole, grosso, fino, claro, escuro, curva, reta, quente, frio. 5 conceitos, 6 conceitos. [Na verdade ele listou 10]. E tudo pode ser destilado e dividido nesses conceitos. Mas, no fim das contas, enquanto você pinta você tem que tomar milhares de decisões e todas tem que estar no contexto apropriado e: É duro? É mole? É grosso? É fino? É quente? É frio? É reto? É curvado? Agora você tem mil decisões para tomar e cada uma depende e se relaciona com a outra. Isso vai ficando progressivamente mais complexo. Então, o fundamento em si pode ser dividido de maneira muito simples, de uma forma que é fácil de se entender, e aí para fazer algo como isso [Ele aponta para um desenho], se torna infinitamente mais difícil porque agora você está empilhando todas essas decisões. Decisões simples empilhadas se tornam complexas.”

Me parece que o artista hiper-realista ao pautar a sua prática apenas na primazia da técnica e abdicar o espaço para tomadas de decisões e interpretações tanto para si mesmo quanto para aquele que testemunha a sua arte, faz como o psicólogo que, nas palavras da Ana: “[...] se cai em um excesso de proteção da naturalidade das relações, refugiando-se em normas rígidas

acerca de como se deve dar a relação psicoterapêutica, parecendo, muitas vezes, tratar-se mais de um jogo de forças do que de uma relação compreensiva.”

Enquanto o artista acadêmico, mesmo tendo sua prática fundamentada em um saber, “Assim sendo, pode-se atuar de forma a não cair em uma perspectiva sem fundamentos, parecendo, muitas vezes, uma psicologia do senso comum.” (Ana). Mesmo assim ele se faz desses fundamentos não para se abster das tomadas de decisões, mas para pensar a respeito delas, e a todo momento, pautado por conceitos simples, se dedica na tarefa de se posicionar de maneira complexa, na difícil tarefa que é, não só interpretar, mas interpretar em conjunto de um outro que também interpreta.


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Retrato hiper-realista

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Esse é um retrato acadêmico:

Nesse espaço, o estado / atmosfera se dá em / de uma forma mais flexível, já que o artista não toma do outro, nem de si mesmo, o espaço e a responsabilidade para a interpretação e tomada de decisões. Nas palavras da Ana: “Trata-se, portanto, de fundamentar uma proposta psicoterapêutica flexível, com princípios filosóficos orientadores – e não limitadores de uma ação.”

Então sim, a psicoterapia é apenas uma conversa, qualquer um faz. Da mesma forma que um desenho é apenas grafite sendo colocado numa superfície, até crianças fazem isso. Mas nem todos conseguem tomar decisões de maneira a formar uma obra de arte que possibilita ao outro ter sua própria interpretação e tomar a relação com uma obra abstrata mais real do que a própria realidade usualmente conhecida e vista, assim possibilitando novas formas de ver.

* * *


Trecho escrito por Victor Portavales Silva:


O Yan começou essa reflexão dele dizendo que o texto da professora Ana Feijoo provocou a sua memória. No meu caso, o texto do Yan me surgiu como uma oprtunidade para comentar a respeito de várias coisas que já estou pensando a um tempo.

A frase clássica que o Yan apontou sobre a psicoterapia ser apenas uma conversa me lembrou de uma situação que passei há pouco tempo. Ela aconteceu a mais ou menos três semanas, por eu ser um desocupado que fica caçando locais na internet pra debater essa situação acabou ocorreu em um desses fóruns de discussão.

Eu estava em servidor Discord que tem um canal de Psicologia, em que estudantes e profissionais ficam debatendo e digladiando sem parar, e eventualmente alguém aparece pra desabafar. Nesse dia ocorreu algo inusitado. Uma pessoa apareceu perguntando como ela poderia fazer pra parar de pensar em suicídio.

Eu estudo a temática do suicídio há alguns anos, e já passei por uma tentativa. Então costumo conversar com pessoas que tem essa queixa, e acabei desenvolvendo um certo tipo de habilidade para isso. Então a situação que se colocava pra mim era algo análogo a um médico que vê alguém passando mal na sua frente e tenta socorrer. E foi isso o que eu fiz, tentei socorrer o rapaz que trouxe essa queixa.

Então nós dois conversamos por uns 30 minutos no chat, até que o rapaz se acalmou e disse que iria malhar. A situação parecia ter sido controlada após a conversa. Mas como se trata de um chat público, logo apareceram outras pessoas para comentar. E uma delas disse: “Nossa, apareceu esse cara aqui se queixando e não tinha nenhum profissional para ajudar ele nesse servidor de Psicologia?”

Aos olhos dessa pessoa, nada havia sido feito... Eu sou um cara meio sacana, mas que não costuma se irritar fácil. Então respondi: “Po, eu sou psicólogo... Eu conversei com ele. Mas se pareceu só uma conversa comum eu fico feliz, porque esse era o objetivo.”

Olhando para o diálogo que ocorreu ali, parece algo banal, algo que qualquer um poderia ter feito. Mas curiosamente ninguém mais fez. Só eu conversei detidamente com essa pessoa...

A verdade é que o rapaz que comentou de forma crítica parecia esperar outro tipo de intervenção, lotada de jargões, conceitos, termos científicos, e técnicas que não se identificam com “uma conversa comum”. Mas, como o Yan comentou, a simplicidade finca seus sentidos em outros lugares.

Falar sobre tudo isso me lembrou de um depoimento do Arthur Petry sobre sua experiência com psicoterapia, em um podcast do qual ele participou. O Arthur comparou a Psicanálise a Psicologia Baseada em Evidências dizendo que na primeira o foco era no passado, buscando justificativas que explicassem por que ele age como age no momento atual, e na segunda o foco são estudos científicos e estatísticos que são apresentados para justificar as intervenções a serem utilizadas, com explicações baseadas na neurociência e no funcionamento cerebral.



Eu não fiz nada disso, eu só conversei. O engraçado é que, na busca por fundamentos, as duas pessoas que atenderam o Arthur Petry se afastam do fundamento mais sólido que pode haver: a existência em seu momento presente. A Psicanálise buscava escavar o passado para explicar e possivelmente modificar o presente, enquanto a PBE buscava respostas nas bases de dados científicas e agia como uma espécie de “professor”, ensinado teorias e explicações para o Arthur.

O engraçado é que o Arthur parece gostar disso, o que é bem comum em nosso tempo. Mas talvez o Eslen seja o pior tipo de terapeuta que ele poderia ter. Afinal de contas, mesmo que ele se baseie em artigos, seria tarefa do próprio terapeuta ler os artigos, aprender as técnicas, e então aplicá-las utilizando a linguagem da própria pessoa atendida. Mas é muito mais glamouroso e cômodo construir uma aura de especialista e cientista para gerar admiração e reconhecimento ao redor de si. E, ironicamente, por isso mesmo o meu fazer no Discord é que é visto como o de um terapeuta ruim, ou simplesmente não é visto como o de um terapeuta. Porque ele “só conversa”.

Como o que está sendo levantado aqui diz a respeito de fundamentos isso nos leva também a um papo sobre epistemologia. Porque o problema que o Edmund Husserl tentou resolver ao conceber sua proposta de Fenomenologia foi algo bem parecido. Na Filosofia, no final do século XIX, haviam correntes realistas e idealistas no campo da epistemologia. De um lado, os realistas diziam que o conhecimento deveria se pautar pela realidade, como no caso dos Positivistas. Nessa corrente, a tarefa da Filosofia seria conceber o método mais apurado para representar a realidade tal como ela é, numa tradição que tem origem no empirismo e na experimentação. Para da Psicologia veio daí, como no caso da Psicologia Experimental e da Psicofísica. Do outro lado do campo de batalha haviam os idealistas, representados sobretudo pelos neo-kantianos. Eles diziam que era impossível acessar a realidade, porque nossa percepção é sempre mediada pelos juízos ou cognições. Então o conhecimento deveria se pautar na construção de idealidades, na apreensão de essências. A representação estaria no próprio sujeito, que projeta para fora de si as formas e então as encaixa na realidade. O conhecimento seria formado a partir do estudo dessas idealidades. Essa corrente é herdeira de uma tradição racionalista, e está presente ainda hoje na Psicologia, como na Psicanálise e na Psicologia Cognitiva.

Husserl tentou resolver tudo isso e estabelecer o que ele chamava de uma “ciência de rigor”, com fundamentos mais sólidos que as propostas anteriores. Para isso, ele precisou superar a dicotomia entre sujeito e objeto. Se no idealismo a resposta estava no sujeito, e no realismo a resposta estava no objeto em si, a Fenomenologia propõe estudar a relação indissociável entre consciência e fenômeno (Aquilo que se apresenta à consciência).

Isso parece algo difícil de entender... Mas fica mais fácil se usarmos um exemplo. Olhem o quadro do Van Gogh, e anotem o que vocês veem.


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Agora vamos ver o que outro fenomenólogo, Martin Heidegger, diz sobre o quadro:


“Da abertura escura do interior deformado do calçado, a fadiga dos passos do trabalho olha-nos fixamente. No peso sólido, maciço, dos sapatos está retida a dureza da marcha lenta pelos sulcos que longamente se estendem, sempre iguais, pelo campo, sobre o qual perdura um vento agreste. No couro, está [a marca] da humidade e da saturação do solo. Sob as solas, insinua-se a solidão do carreiro pelo cair da tarde. O grito mudo da terra vibra nos sapatos, o seu presentear silencioso do trigo que amadurece e o seu recusar-se inexplicado no pousio desolado do campo de Inverno. Passa por este utensílio a inquietação sem queixume pela segurança do pão, a alegria sem palavras do acabar por vencer de novo a carestia, o estremecimento da chegada do nascimento e o tremor na ameaça da morte. Este utensílio pertence à terra e está abrigado no mundo da camponesa. É a partir desta pertença abrigada que o próprio utensílio se eleva ao seu repousar-em-si.”


Pode nos causar certo estranhamento essa descrição do quadro. Por um lado, nenhum de nós elaborou uma fala similar à de Heidegger. Por outro, não podemos dizer que sua descrição é incorreta. Ela é poética, é verdade, no sentido mais amplo da palavra. Mas não podemos afirmar que ela descreve algo diferente do que está apresentado no quadro. Assim como um desenho pode ser representado de diversas formas, assim também é a descrição do quadro. A descrição não está nem em Heidegger nem no quadro em si, mas no encontro dessas duas potências.


Se Husserl tenta resolver o problema da epistemologia superando a dicotomia entre sujeito e objeto, Heidegger acaba contornando essa discussão ao deslocar o sentido da própria verdade. Quando pensamos em verdade imaginamos algo factual, preciso, acurado. Se a verdade fosse um desenho, ele seria o hiper-realista. Mas tanto o desenho hiper-realista quanto o desenho acadêmico são verdadeiros em relação àquilo que representam. Heidegger discute isso a partir dos termos latino veritas e grego aletheia. A veritas representa justamente a correção, enquanto a aletheia diz respeito a um desvelamento, um modo de compreensão.


Falar da verdade como aletheia é apontar o fato de que todos nós somos a clareira de um deixar-se-mostrar de algo. Nós já sempre nos abrimos para uma compreensão de tudo aquilo que se apresenta. E o que isso tem a ver com Psicologia?


No momento atual vivemos justamente a ascensão da proposta da Psicologia Baseada em Evidências, descrita pelo Arthur Petry. Isso nos traz a demanda por um hiper-realismo ou, em outras palavras, um ultra-especialismo, porque dentro desse modelo devemos utilizar as intervenções mais eficazes para cada caso. Em uma situação de depressão ou fobia, é preciso utilizar a Terapia Cognitivo Comportamental (TCC), em situações de autismo devemos utilizar a Análise Aplicada do Comportamento (ABA), em transtornos de personalidade a intervenção deve ser baseada na Terapia Comportamental Dialética (DBT), e em casos de dores crônicas e doenças terminais utilizar a Terapia de Aceitação e Compromisso (ACT).


Como é impossível conhecer todos esses modelos de intervenção, o resultado é que cada terapeuta acaba se especializando em situações e intervenções específicas. Isso é muito parecido com o que ocorre na Medicina, em que temos ramos de atividades e estudos como a ortopedia, cardiologia, neurologia, psiquiatria, etc.


Mas a Psicologia não é Medicina, e importar esse modelo traz inúmeros problemas. Na Medicina é bem mais fácil identificar a etilogia (causa) da doença, e testar diferentes intervenções pontuais. Importar esse modelo para a Psicologia significa dizer que ela deve se pautar por uma ideia de cura.


Para que algo se mostre como eficaz é preciso que se estabeleça um critério de eficácia de antemão. Para que uma intervenção em depressão seja eficaz, o critério é que os sintomas depressivos sejam reduzidos. Mas não se sabe exatamente a causa da depressão, ou a extensão dos efeitos de uma intervenção em psicoterapia. Essa perspectiva se baseia na ideia de verdade como veritas, como aquilo que é correto.


Mas nem tudo o que é correto é verdadeiro. O que se perde de vista é justamente o que pode ser questionado em seus fundamentos... O que está em jogo em uma terapia é sempre uma questão existencial fundamental: “O que fazer com a vida que é minha, com suas limitações e possibilidades?”


Essa é uma pergunta que nunca será feita pela PBE. Citando Heidegger, em seu texto Serenidade, “Todos nós, mesmo aqueles que pensam por dever profissional, somos muitas vezes pobres-em-pensamentos; ficamos sem-pensamentos com demasiada facilidade.”


Enquanto Eslen Delanogare, terapeuta de Arthur Petry, descreve como pegar o lápis, como manuseá-lo e que técnicas utilizar para chegar à representação do desenho hiper-realista, a fenomenologia busca simplesmente pegar o lápis e desenhar. Fenomenologia significa fazer o simples, mas também pensar e fazer a tarefa com mais fundamentos.

 
 
 

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